Caindo para cima

Estou lendo o livro do Shawn Achor, The Happiness Advantage. É um livro interessante com bastante embasamento científico que me chamou a atenção por alguns termos provocativos colocados pelo autor. Cair para cima é um desses termos. Basicamente, o que o autor quer dizer com isso é que, na adversidade, quando a vida nos dá uma porrada, ao invés de nos colocarmos para baixo, podemos usar a frustração da situação para ficar mais fortes e crescer. Algo semelhante a ideia do psicólogo Austríaco Alfred Adler.

Bom, esse livro se baseia na psicologia positivista, que busca olhar o mundo sob as lentes do lado construtivo das coisas ou dos eventos. Trocando em miúdos, seria como olhar o copo meio cheio. Mas o legal disso é que essa abordagem tem um lastro interessante na forma como o nosso cérebro funciona. De forma simples, vemos normalmente o que queremos ver. Se damos muito foco em coisas negativas, vamos ter a impressão de que tudo que passa com a gente é ruim. Por outro lado, se mudarmos o foco para coisas positivas, vai parecer que somos muito sortudos.

Outro termo que me chamou atenção foi “aleijado pela frustração”. Esse é forte E descreve pessoas que, em função de experiências negativas, não possuem forças para se erguer e buscar soluções ou saídas ficando emocionalmente, ou mentalmente, aleijadas e incapacitadas. Eu particularmente acho uma posição extremista, mas ao mesmo tempo, vejo com bastante frequência pessoas que se colocam nessas situações por diversas razões. Uma dessas razões é que muitas vezes deixamos que eventos externos controlem as nossas vidas ao renunciar a ações que podemos fazer por nós mesmos para nos protegermos destas situações.

Na realidade, coisas boas e ruins vão acontecer com a gente a todo momento, mas se vamos cair para baixo ou para cima, vai depender muito da maneira como vemos o mundo ao nosso redor. Tomar o controle e buscar ações que nos protejam e forcem visões positivas é outro aspecto que contribui para cairmos para cima. No final, muito é questão do controle de perspectiva, controle de contexto e controle de ações.

Avatar de Desconhecido

Autor: André Ferreira

Diretor de Vendas LATAM na LivePerson, Doutor em Ciências, Mestre em Engenharia e MBA em Gestão de Operações pela POLI USP. Estudante de Psicologia.

Deixe um comentário