Desejo de reconhecimento

Vocês já notaram ou sentiram que temos um desejo natural de sermos reconhecidos, de sermos importantes ou de que as pessoas gostem da gente? Já tiveram aquela sensação ou se perguntaram: “será que fulano gosta de mim?” Ou: “eles nunca me convidam para fazer tal coisa, será que gostam de mim?”

Esse é um sentimento, ou melhor, um comportamento natural que carregamos em nosso corpo segundo a Psicologia Evolucionista. Desenvolvemos esse comportamento em função de um pseudo altruísmo, muitas vezes procuramos ser agradáveis esperando receber algo em troca ou até mesmo nos posicionarmos melhor na hierarquia social. Esse receber algo em troca é o desejo de reconhecimento.

Nos dias de hoje aprimoramos esse comportamento e nos utilizamos das mídias sociais para construir vidas fictícias e perfeitas com o intuito de gerar nos outros o sentimento de reconhecimento em relação a gente. Queremos que os outros vejam que somos bons e que merecemos o reconhecimento deles através de um mundo perfeito em que vivemos nas mídias sociais.

Mas isso não é novo, como disse anteriormente, é um comportamento antigo que era colocado em prática desde antes da Inglaterra Vitoriana. Notem por exemplo quando encontramos pessoas ou outras famílias nas escolas dos nossos filhos. Quanto de verdade ou mentira existe nas conversas para as pessoas pintarem vidas melhoras do que elas realmente tem?

Mas enfim, não há porque se envergonhar desse comportamento. Como animais, fazemos ou seguimos nossos instintos buscando o melhor para a gente e nossa prole. Ao buscar formas de nos colocarmos em posições melhores na hierarquia social, aumentamos as chances de melhorar nossas vidas e de nossos filhos. Essa é a razão pela qual queremos ser reconhecidos. É por isso que projetamos vidas perfeitas nas redes sociais ou na roda de conversas.

Para finalizar, caso não consiga mimetizar uma vida que ganhe reconhecimento, não se puna por isso. Muito de nossos sofrimentos vem da dúvida de sermos ou não reconhecidos, aceitos, de termos valor na sociedade. Como diria Alfred Adler: “gostar ou não de você é tarefa do outro, não sua”.